quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Perturbação Bipolar


A Perturbação Bipolar (tradicionalmente designada por Perturbação Maníaco-Depressiva) caracteriza-se por oscilações recorrentes entre estados de euforia (mania) e depressão, ou seja, implica uma variação marcada em termos de humor, intercalando com períodos mais estáveis. Estas oscilações repentinas e, como tal, inesperadas, apresentam uma forte repercussão ao nível das emoções, ideias e comportamentos da pessoa, influenciando em larga escala o seu bem-estar físico e psíquico, bem como dos familiares mais próximos.
Estima-se que esta doença afecte actualmente entre 1,3 e 1,6% da população mundial, sem diferenças significativas entre homens e mulheres, sendo muito importante a realização de um diagnóstico precoce, sendo que o papel do paciente é muito importante neste processo, pois, por vezes, há uma certa resistência em procurar ajuda, o que conduz ao agravamento dos sintomas.

Quais poderão ser as causas da Perturbação Bipolar?

Os doentes com perturbação bipolar aparentam falta de estabilidade na transmissão dos impulsos nervosos ao cérebro, tornando-se, por isso, mais vulneráveis ao stress emocional e psíquico (fonte Médicos de Portugal), sendo que algumas vivências eventualmente stressantes aliadas a determinados tipos de personalidade, poderão culminar numa situação de doença bipolar.
Como se caracterizam as diferentes fases desta doença? (fonte ADEB)

A chamada fase de "mania" caracteriza-se por um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise, é comum a pessoa sentir-se mais alegre, sociável, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. No entanto, com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica, poderão instalar-se alguns sintomas, tais como: irritabilidade extrema, perda de noção da realidade, sentimento de grandiosidade, despesas excessivas, entre outros.

No que diz respeito à fase de "depressão", esta caracteriza-se essencialmente por uma marcada tristeza e desespero, coexistindo alguns dos seguintes sintomas: sentimentos de inutilidade e culpa excessiva, alterações de sono, peso e apetite, choro fácil e frequente, perda de energia, cansaço ou, pelo contrário, agitação e inquietação, entre outros.

...E depois da crise?

Após as crises de depressão e/ou mania, a pessoa volta ao estado normal, embora com consequências dramáticas em termos da sua vida familiar, social e individual, havendo uma marcada repercussão ao nível da sua capacidade de adaptação e autonomia.

Que tipo de tratamento é o indicado para esta doença?

A cura completa ainda não é possível, no entanto, é possível controlar a doença, através de uma terapia farmacológica (medicamentos estabilizadores de humor, antidepressivos e neurolépticos) aliada ao apoio psicológico individual e familiar, acompanhamento este que é indispensável para o sucesso do tratamento, de forma a que a pessoa se sinta o mais confortável possível e aprenda novas estratégias de actuação em situações de crise, o que é extensivo à família, componente tão importante e por vezes tão esquecida...