domingo, 6 de fevereiro de 2011

Terapia de Casal

Um relacionamento afectivo entre duas pessoas é algo que deverá ser saudável, reparador e gratificante para ambos os membros do casal. No entanto, tal nem sempre acontece, uma vez que saber conviver e partilhar a vida e a intimidade com outra pessoa, de forma harmoniosa, pode ser um grande desafio, pois implica o reajustamento de hábitos, valores e princípios diferentes mas não necessariamente opostos. 

A vida do casal, por vezes, entra num ciclo de desgaste por diversos motivos: discussões constantes por divergências de opinião, pequenos desencontros quotidianos, ciúmes, trocas acesas de opiniões que por vezes não conduzem a qualquer conclusão, mantendo-se um "diálogo" redundante e, muitas vezes, acusatório e indutor de culpabilidade, o que obviamente em vez de resolver o problema irá agravá-lo.

Assim, nos momentos de crise é importante o diálogo construtivo, com uma verdadeira capacidade empática e de respeito pelo outro, pela sua individualidade, o que se torna, por vezes, verdadeiramente difícil e desafiante para um casal.

Antes de colocar um ponto final num relacionamento estável ou no casamento devido a este tipo de problemas, procurar uma terapia de casal pode ser uma óptima ajuda para encontrar um caminho que traga felicidade para os dois, tendo sempre em conta a motivação do casal para resolver a situação, pois sem motivação, por muito eficaz que a terapia seja, se ambos não estiverem sintonizados para esse objectivo, o mais provável é não se verificar a resolução do problema e a separação ocorrer de facto. É importante haver um comprometimento de ambos os elementos do casal para o sucesso da terapia.

Mas será que a Terapia de Casal funciona mesmo? Será indicada para o meu caso?

Antes de iniciar um processo de Terapia de Casal, a pergunta mais comum é “A Terapia de Casal funciona?” e se realmente dá resultados positivos. A resposta é afirmativa, mas é preciso saber desde o início que não existe uma fórmula mágica para salvar relacionamentos, é necessária a tal motivação de que falei anteriormente. O objectivo da terapia é fazer com que o casal tenha um tempo de reflexão, tempo esse que implica  uma oportunidade de rever a vida a dois, dedicando-se a olhar para si próprios, para a sua vida, repensando as suas atitudes e dificuldades, visando enfrentar os sentimentos que julgam difíceis de lidar.
É um espaço apropriado para facilitar o diálogo, com a ajuda de um profissional capacitado que escutará tudo atentamente. No entanto, a função do terapeuta de casal não é dar conselhos ou palpites na vida das pessoas. O terapeuta de casal funcionará como um elemento neutro que irá ajudar o casal a descobrir novas possibilidades de acção e a consequente resolução de conflitos.

Mas e quando é o momento indicado para começar este processo de Terapia de Casal? Devo esperar pela ruptura da relação?

Não existe um momento exacto e nem se pode definir quando começar terapia de casal, pois isso é algo que irá diferir de casal para casal mas é fundamental que, acima de tudo, ambos consigam reconhecer a insatisfação para evitar que as discussões e crises cheguem a um ponto extremo - a ruptura. O principal factor a ter em atenção é o de saber reconhecer quando as discussões estão a pôr em causa o respeito mútuo entre os elementos do casal.

Quem procura a terapia de casal deve saber também que o objectivo não é evitar o divórcio/separação, mas sim melhorar o relacionamento, tentar uma reconciliação. No entanto, nada impede que ambos cheguem à conclusão de que serão mais felizes separados. Nesses casos, mesmo que a dor seja inevitável, a terapia de casal ajuda as pessoas a enfrentarem a situação de forma menos dolorosa e traumática.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Curso de Massagem do Bebé para Pais - Instrutora Ana Sousa (certificada internacionalmente pela International Association of Infant Massage)



Qual a missão da Associação Internacional de Massagem Infantil (IAIM)?

A IAIM procura promover o toque nutritivo e a comunicação através de cursos, educação e investigação para que os pais, educadores e crianças sejam amados, valorizados e respeitados nas diferentes comunidades mundiais.

Porque razão é importante massajar um bebé?

O "toque" é a primeira forma de comunicar com o bebé, sendo que os pais instintivamente lhe tocam para o conhecer melhor, o que estará sempre na base do desenvolvimento do bebé, daí a sua extrema importância.
Assim, a massagem é um momento único de partilha que promove o conhecimento entre pais e filhos gerando momentos de felicidade e bem-estar no seu crescimento e desenvolvimento.
A importância do "toque" é tão grande e os resultados tão positivos, que a IAIM está espalhada por mais de 40 países, formando instrutores internacionais, sendo que em 2003 foi formado o núcleo português - Associação Portuguesa de Massagem Infantil.

Quais são os benefícios globais do Programa da IAIM?
O programa da IAIM é uma ferramenta que promove o processo de vinculação, onde o toque é a ponte de comunicação e de desenvolvimento entre o bebé e o seu cuidador. Este programa tem inúmeras vantagens não só para o bebé, mas também para os pais, família alargada e até para a sociedade em si.

Os quatro grandes benefícios para o bebé são:
- Interacção (ex: promoção de um vínculo seguro)
- Estimulação (ex: consciência mental/ do corpo)
- Alívio (ex: poderá ajudar no alívio de cólicas)
- Relaxamento (ex: melhoria dos padrões de sono)

O Programa da IAIM é
transcultural, encontra-se estabelecido
internacionalmente e é regularmente
revisto e actualizado pela
mesma entidade.

Quem pode participar nos Cursos de Massagem do Bebé baseados no Programa IAIM?

Todos os bebés entre os 0 e os 12 meses são bem-vindos nos cursos, inclusive prematuros e bebés com necessidades especiais. São permitidos, no máximo, dois acompanhantes por bebé e 4 bebés por grupo. É também possível realizar cursos individuais.
Quantas sessões tem o Programa e qual a sua periodicidade?

O Programa é constituído por 5 sessões grupais com periodicidade semanal, preferencialmente com a duração de aproximadamente 60-90 minutos.

São os pais que massajam o bebé? Que material é necessário levar para a sessão?

Sim! No nosso Programa apenas os pais massajam o bebé.
Para cada sessão será necessário que os pais levem:
- toalhão turco/ manta
- muda de roupa para o bebé/ fraldas
- óleo vegetal (exemplo: óleo de amêndoas doces, de sésamo, de avelã) - ATENÇÃO: evitar o uso de óleo mineral/sintético para massajar o bebé
- os pais deverão usar roupa confortável

Onde se realizam os cursos?

Em Lisboa. Mais informações p.f. queiracontactar a Instrutora (contactos na secção "Contactos" do blogue)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Autismo




O Autismo consiste numa disfunção do funcionamento cerebral, de início na infância, caracterizando-se por um desenvolvimento intelectual desequilibrado, afectando igualmente a capacidade de socialização do indivíduo. Assim, considera-se que as características clínicas do autismo são:
  • Défice na Capacidade de Socialização (prejuízo qualitativo a nível do desenvolvimento social e nas brincadeiras "faz-de-conta", sendo que estas últimas implicam a capacidade da criança se colocar no lugar de outrém, por exemplo, brincar "aos médicos" ou "pais e mães")
  • Défice na Capacidade Comunicativa (marcados prejuízos em termos de habilidades comunicacionais e desenvolvimento da linguagem)
  • Comportamentos Estereotipados (presença de padrões comportamentais estereotipados e interesses/ actividades limitadas, por exemplo, é relativamente comum que estas crianças se entretenham durante horas a fio a mexerem um carrinho para trás e para a frente, ininterruptamente, parecendo alheados do que os cerca)
Segundo uma visão comportamentalista/behaviorista, os autistas apresentam défices e excessos, considerando que à medida que os défices são superados, os excessos diminuem:

Défices
  • Comunicação/linguagem (tanto a nível receptivo como expressivo - verbal e/ou não-verbal)
  • Socialização:
    • contacto ocular (ter este contacto e mantê-lo)
    • noção das normas sociais (ex: como as pessoas se deverão comportar num ambiente formal/informal)
    • inicialização (tomar iniciativa para interagir com terceiros, como por exemplo, envolver-se num jogo/brincadeira)
    • reciprocidade social/empatia (capacidade de compreender os sentimentos dos outros)
    • brincadeira (individual, pares ou grupal)
    • auto-ajuda (por exemplo, utilizar um garfo, vestir-se, lavar as mãos, ou seja, tudo aquilo que esteja relacionado com a independência da criança)
    • generalização
Excessos
  • "Birras" ( gritos e choro)
  • Comportamentos estereotipados
    • auto-estimulação (ex: baloiçar-se para a frente e para trás, andar em "bicos de pés")
    • rituais
  • Agressividade
    • bater
    • morder
    • atirar com objectos
  • Comportamentos de auto-agressão
    • morder-se
    • bater com a cabeça no chão/na parede
Assim, para que as capacidades da criança sejam incrementadas, diminuindo os excessos/problemas de comportamento, é necessário que esses mesmos comportamentos sejam operacionalizados, através de um modelo de análise funcional: ABC (antecedents - antecedentes - o que precede o comportamento; behavior - o comportamento em si, sendo específico, observável e mensurável e consequences - as condições ambientais que ocorrem depois do comportamento e que o estão a reforçar, ou seja, a permitir que o mesmo se repita no futuro).

Mas o autismo revela-se da mesma forma independentemente da idade do indivíduo?

O autismo é uma situação com um desenvolvimento gradual, cujos sintomas diferem consoante a idade do indivíduo.


Assim:


O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade. Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente, pode ter medo de objectos. Poderá ainda apresentar problemas a nível da alimentação, sono, ausência de sorriso, evitação do contacto visual com os pais, choro frequente e desconforto perante o contacto físico.

Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos estereotipados/repetitivos (bater palmas, rodar objectos, abanar as mãos como se estivesse a voar). Ao brincar, não utiliza o jogo social nem recorre ao jogo imaginativo, ou "faz-de-conta", o que implica a não interacção com os outros .


Aos 12 meses de idade, estas crianças poderão demonstrar um interesse obsessivo por certos objectos, revelam comportamentos estereotipados e repetitivos e até atrasos ao nível da locomoção.

As dificuldades comunicacionais iniciam-se geralmente aos 24 meses é que se podem constatar dificuldades de comunicação – verbal e não verbal. É precisamente a partir desta idade que a criança denota uma maior tendência ao isolamento, à utilização de padrões repetitivos de linguagem e a não brincar como as outras crianças.


É entre os 2 e os 5 anos de idade que o comportamento autista se torna mais evidente. A criança simplesmente não fala ou ao falar, utiliza a ecolália (repetição automática, em eco, de palavras ou sons ouvidos) ou procede à inversão dos pronomes numa frase.


Há crianças que falam correctamente mas não utilizam a linguagem na sua função comunicativa, ou seja, não têm a intenção de comunicar, por exemplo, são capazes de falar incessantemente sobre um determinado assunto, sem terem em atenção os sentimentos dos outros ou até se estão a ser ouvidas, mostrando problemas na interacção social e nos interesses.


Regra geral, dos seis anos de idade até à adolescência os sintomas mais perturbadores podem diminuir, contudo o problema não desaparece totalmente.

Na adolescência as características do autismo juntam-se aos problemas desta fase. Podem melhorar as relações sociais e o comportamento ou, pelo contrário, podem voltar a fazer birras, mostrar auto-agressividade ou agressividade para com terceiros.


Na idade adulta, os indivíduos com autismo tendem a ficar mais estáveis se apresentam mais competências, ou seja, alto rendimento (QI elevado). Pelo contrário, os menos competentes, com QI baixo, continuam a mostrar características de autismo e não conseguem alcançar a independência necessária. Nestes casos, o autista não se consegue integrar na vida normal achando que o mundo é uma ameaça para si – fechando-se no seu mundo, pois é uma forma de se sentir mais seguro. Por vezes, neste período, o autista pode regredir e até voltar a manifestar comportamentos infantis (ex: comportamentos auto-estimulatórios, como baloiçar-se).



O tratamento para o autismo não existe, centra-se apenas em tentar desenvolver na criança/jovem aptidões e competências ao nível da linguagem e ao nível social, sendo para este efeito muito utilizada a metodologia ABA (Applied Behavioral Analysis - Análise Comportamental Aplicada) Podem contudo, utilizar-se psicofármacos em situações de agressividade, autodestruição ou convulsões.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aborto/ Perda Gestacional


O termo aborto tem sua origem etimológica no latim abortus, que significa privação do nascimento, sendo um fenómeno de abrangência social, que, por vezes, não é conhecido de forma conveniente, o que impede uma compreensão profunda da questão, dificultando a abordagem do mesmo, não só por técnicos de saúde, mas também pela rede de apoio familiar e social.

Aborto Espontâneo - Efeitos

Em primeiro lugar, gostaria de estender esta questão não só à mulher – mãe – como também ao seu companheiro – pai -, uma vez que, na generalidade, a gravidez é algo planeado por ambos, pelo casal. A gravidez é um momento com a duração de, sensivelmente, 40 semanas, durante o qual ocorrem inúmeras mudanças não só físicas mas essencialmente emocionais e de papéis, não só da mulher como do seu companheiro e rede de suporte familiar. É inevitavelmente criado um vínculo a este bebé, a esta vida que vai crescendo de dia para dia; no entanto, em alguns casos a felicidade é suplantada pela angústia, pela incerteza e até pela perda: são os casos de gravidezes de risco que podem culminar no tão temido aborto espontâneo. Cria-se então uma situação que não fazia parte dos planos do casal, sendo uma experiência extremamente traumatizante para ambos, embora expressa de maneira distinta por cada um dos elementos do casal. A mulher sente-se frequentemente vazia, assolada por uma angústia e incerteza muito fortes, um sentimento de incapacidade de gerar vida, uma espécie de “machadada” no seu “ego feminino”. Estas mulheres sentem geralmente tristeza, frustração, raiva e desapontamento, culpando-se frequentemente pelo sucedido.

As mulheres que sofreram aborto espontâneo são consideradas um grupo de risco, nomeadamente se não houver uma conveniente elaboração do luto, uma perpetuação do sofrimento no tempo, podendo desencadear sintomatologia psicopatológica, nomeadamente, ansiedade e depressão. No entanto, é importante referir que a maioria das mulheres consegue ultrapassar a perda, sem desencadear perturbações psicológicas.



Aborto Provocado - Efeitos

O aborto induzido ou interrupção voluntária da gravidez (IVG) pode ter diversas motivações ou causas, sendo que, na minha opinião, as mais importantes são: a protecção da vida da mulher (por exemplo, em casos de malformação congénita do feto) e a indesejabilidade da gravidez. Uma gravidez indesejada pode ser fruto de vários factores, tais como a violência doméstica, pressões familiares, sociais e laborais, podendo induzir alterações psicológicas, nomeadamente, depressão, ansiedade exagerada, baixa auto-estima e até, em casos extremos, ideação suicida.

No que diz respeito às reacções à perda por aborto provocado, existem mulheres que após a IVG se sentem aliviadas e com maior sensação de bem-estar, o que para a maioria das pessoas poderá soar paradoxal. No entanto, outras existem que experimentam sensações de grande sofrimento e angústia, tanto maiores quanto mais avançado fôr o tempo gestacional. Pode haver o desencadeamento de um Síndrome Pós-Aborto, caracterizado, entre outros factores, por comportamentos de negação, evitamento, depressão, pesadelos, ansiedade, insónias e até disfunção sexual ou mesmo suicídio, em casos extremos.


Há diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito à forma como a perda é encarada?

Tal como referi anteriormente, uma situação de perda gestacional é encarada de forma distinta pela mulher e pelo seu companheiro; há um processo de luto no qual ocorre um forte sofrimento emocional, implicativo de um trabalho de reajustamento psicológico, tanto individual como familiar. O aborto é, sem dúvida, uma situação indutora de grande stresse e ansiedade, sendo que, nestas situações, as mulheres expressam mais abertamente os seus sentimentos, procurando geralmente apoio em familiares e amigos, ou visando até a criação de redes sociais que as possam ajudar neste processo, num claro movimento de procura de afiliação. Por seu turno, os homens tendem a esconder mais o seu sofrimento, o que é em grande parte explicado por factores sociais, uma vez que ainda vivemos numa cultura em que os homens devem conferir protecção, devem ser cuidadores e não “sofredores”. Ora, há assim uma maior tendência para a focalização no trabalho, por exemplo, evitando falar ou até pensar sobre o assunto, num claro movimento de fuga ao sofrimento. Mas isto não significa que os homens não sofram, apenas sofrem de uma forma menos exteriorizada, recorrendo em menor escala à rede de apoio social (amigos, familiares, grupos de auto-ajuda, psicólogos, entre outros).

Esta discrepância nas estratégias para encarar o sofrimento entre homens e mulheres, podem trazer problemas ao casal, não sendo raras as trocas de acusações e de culpabilizações pelo sucedido. O facto do companheiro se mostrar distanciado, cria uma sensação de abandono na mulher, como se estivesse sozinha naquele processo, como se fosse apenas ela a sofrer e a sentir a perda, o que não é verdade. Por seu turno, o homem sente-se inseguro e incapaz no sentido de se sentir frustrado na sua capacidade de proteger a companheira, devido às manifestações claras de sofrimento por parte da mesma. Ora esta é uma situação de crise no casal, que deverá ser resolvida, sendo importante que ambos reconheçam o problema que se está a gerar e procurem ajuda especializada nesse sentido.

Conheço casos em que aparentemente se tinha resolvido a situação, mas foi claramente uma ilusão. Mais tarde, voltou a acontecer uma situação de perda gestacional e recomeçou todo o processo, culpabilizaram-se mutuamente e a relação culminou em divórcio. No entanto, a maioria dos casais ultrapassa relativamente bem a perda.




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Perturbação Bipolar


A Perturbação Bipolar (tradicionalmente designada por Perturbação Maníaco-Depressiva) caracteriza-se por oscilações recorrentes entre estados de euforia (mania) e depressão, ou seja, implica uma variação marcada em termos de humor, intercalando com períodos mais estáveis. Estas oscilações repentinas e, como tal, inesperadas, apresentam uma forte repercussão ao nível das emoções, ideias e comportamentos da pessoa, influenciando em larga escala o seu bem-estar físico e psíquico, bem como dos familiares mais próximos.
Estima-se que esta doença afecte actualmente entre 1,3 e 1,6% da população mundial, sem diferenças significativas entre homens e mulheres, sendo muito importante a realização de um diagnóstico precoce, sendo que o papel do paciente é muito importante neste processo, pois, por vezes, há uma certa resistência em procurar ajuda, o que conduz ao agravamento dos sintomas.

Quais poderão ser as causas da Perturbação Bipolar?

Os doentes com perturbação bipolar aparentam falta de estabilidade na transmissão dos impulsos nervosos ao cérebro, tornando-se, por isso, mais vulneráveis ao stress emocional e psíquico (fonte Médicos de Portugal), sendo que algumas vivências eventualmente stressantes aliadas a determinados tipos de personalidade, poderão culminar numa situação de doença bipolar.
Como se caracterizam as diferentes fases desta doença? (fonte ADEB)

A chamada fase de "mania" caracteriza-se por um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise, é comum a pessoa sentir-se mais alegre, sociável, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. No entanto, com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica, poderão instalar-se alguns sintomas, tais como: irritabilidade extrema, perda de noção da realidade, sentimento de grandiosidade, despesas excessivas, entre outros.

No que diz respeito à fase de "depressão", esta caracteriza-se essencialmente por uma marcada tristeza e desespero, coexistindo alguns dos seguintes sintomas: sentimentos de inutilidade e culpa excessiva, alterações de sono, peso e apetite, choro fácil e frequente, perda de energia, cansaço ou, pelo contrário, agitação e inquietação, entre outros.

...E depois da crise?

Após as crises de depressão e/ou mania, a pessoa volta ao estado normal, embora com consequências dramáticas em termos da sua vida familiar, social e individual, havendo uma marcada repercussão ao nível da sua capacidade de adaptação e autonomia.

Que tipo de tratamento é o indicado para esta doença?

A cura completa ainda não é possível, no entanto, é possível controlar a doença, através de uma terapia farmacológica (medicamentos estabilizadores de humor, antidepressivos e neurolépticos) aliada ao apoio psicológico individual e familiar, acompanhamento este que é indispensável para o sucesso do tratamento, de forma a que a pessoa se sinta o mais confortável possível e aprenda novas estratégias de actuação em situações de crise, o que é extensivo à família, componente tão importante e por vezes tão esquecida...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Medo, ansiedade e depressão


O medo faz parte do sistema adaptativo de sobrevivência dos indivíduos, sendo uma resposta perfeitamente normal perante a possibilidade de existir perigo de vida ou ameaça ao bem-estar, manifestando-se, entre outros factores, por tremores, sudação excessiva, aumento do ritmo cardíaco, entre outros, permitindo, também, ao indivíduo, avaliar as suas reais capacidades para enfrentar uma determinada situação.
Por seu turno, a ansiedade é algo normativo ao ser humano, sendo que, a título de exemplo, a experiência de graus ligeiros de ansiedade em situações sociais consiste num fenómeno frequente e a sua intensidade não impede o funcionamento social adequado do indivíduo, podendo até propiciar um efeito benéfico, uma espécie de agente motivador, sem originar sofrimento.

Mas qual é afinal a diferença entre medo e ansiedade?

O medo ocorre quando um estímulo exterior facilmente identificável, ou seja, algo concreto, desencadeia comportamentos de fuga ou evitação, associando-se a sentimentos de raiva ou vergonha, terminando aquando do desaparecimento desse mesmo estímulo , enquanto que a ansiedade consiste num estado emocional aversivo sem desencadeadores claros/concretos (medos difusos) e que, obviamente não podem ser evitados (Baptista, 2000), sendo difundida de um modo desagradável e persistente (Marks & Nesse, 1994).

E o que acontece quando estes fenómenos atingem proporções patológicas e indutoras de mal-estar e desconforto no indivíduo?

Os medos, os diversos tipos de ansiedade e as suas desregulações surgem num indivíduo em desenvolvimento, geralmente, no decorrer da infância até ao inicio da idade adulta, diminuindo posteriormente com a idade (Essau & Petermann, 2001; Last, 1993; March, 1995; Marks, 1987). De modo previsível, em determinadas alturas do desenvolvimento e de acordo com as tarefas típicas dessas etapas, os medos aparecem e desaparecem, reflectindo a maturação do organismo. As suas manifestações variam ao longo da vida (Vasey & Dadds, 2001). Os medos sociais aparecem no início da adolescência, altura de maior individualização, de afastamento dos progenitores, de integração nos grupos de pares e de atracção pelo sexo oposto. A preocupação com a aparência, o cuidado com a impressão causada e a opinião dos outros, são factores extremamente importantes nesta altura do desenvolvimento. O medo ou ansiedade social são factores motivadores adaptativos que promovem maior preocupação e cuidado com estes aspectos. No entanto, se este medo provocar a inibição de contactos sociais, ou se existir encorajamento familiar para a evitação, o medo tenderá a manter-se ou, pior, a aumentar transformando-se numa limitação (Baptista, A., Carvalho, M. & Lory, F., 2005).

Quando a ansiedade é sentida de modo excessivo condicionando a vida do indivíduo, considera-se que esta atinge um grau patológico, ou seja, induz um marcado desconforto no indivíduo e uma sensação de incapacidade, sobressalto permanente, angústia intensa, podendo surgir ou não paralelamente alguns sintomas fisiológicos, tais como: transpiração excessiva, vertigens, sensação de falta de ar, dores de cabeça, entre outros, ou mesmo, uma associação à patologia depressiva.
Existem inúmeras perturbações de ansiedade, nomeadamente, perturbação de ansiedade generalizada, fobias, transtorno de pânico, entre outros. Mas mais importante do que atribuir um rótulo a um indivíduo, é tentar compreender a razão porque os sintomas acontecem, relacionando, com a sua história de vida, sendo, na maioria das vezes, necessário um acompanhamento psicoterapêutico, podendo ou não haver uma componente de tratamento farmacológico associada.

Como é definido o tratamento?

Tal como em diversas situações, é necessária a motivação do indivíduo para superar o seu estado actual, para investir em si e no seu bem-estar mesmo, e não desistir caso os resultados não apareçam tão rapidamente como desejaria.
Sofrer de perturbação da ansiedade não pode ser encarado como algo banal nem como uma fatalidade, sendo que os tratamentos variam e são estabelecidos em função da natureza do problema (fobias, obsessões, pânico, etc.) e da personalidade do sujeito que as sofre.


domingo, 18 de novembro de 2007

Separação/ Divórcio


"É mais fácil ao psiquismo humano inventar foguetões com destino à lua do que aceitar uma separação" (Berger, 2003).
Quando um casal se une e partilha sonhos, sentimentos e ambições, essa união é, maioritariamente, encarada por ambos como algo que irá aprofundar a relação estabelecida até ao momento, havendo um sentimento dominante de felicidade e expectativa em relação ao futuro e aos frutos a que o mesmo dará origem. Partilhar os sentimentos com alguém, amar, acarinhar, rir mas também chorar, ouvir, sentir, conversar mas também discutir... tudo isso faz parte das relações entre humanos, constituindo processos de crescimento, de conhecimento inter e intrapessoal que apenas servirão para fortalecer laços. Mas e quando as coisas não correm bem? O que fazer quando entre um casal surgem conflitos com bastante frequência, ou quando o diálogo é complicado ou até impossível, quando pequenos "nadas" dão origem a discussões violentas ou quando a felicidade inicial deu lugar à angústia, à tristeza, à desilusão e ao desapontamento? E quando existem filhos?
No presente texto irei abordar este assunto cada vez mais frequente na sociedade e que tanta gente vivencia, muitas vezes no silêncio e na esperança eterna de que um dia as "coisas" irão melhorar, prolongando, por vezes, uma situação inevitável e indutora de sofrimento.

A separação/ divórcio constitui um importante momento de crise na vida de qualquer pessoa, ocorrendo uma reacção de luto (sentimentos de depressão, tristeza intensa, dúvidas, instabilidade de humor, entre outros) pelo fim da relação, por pior que esta estivesse. É frequente, que mesmo no período que antecede a separação, o indivíduo se sinta repleto de dúvidas, com alguma dificuldade em pesar os prós e contras da situação, por todo o descontentamento inerente, havendo, por exemplo, o medo e a incerteza perante o futuro sem o cônjuge, ou mesmo, por parte de quem toma a iniciativa de se separar, o desenvolvimento de um sentimento de culpa, principalmente aquando da presença de filhos e/ou se o parceiro se demonstra bastante fragilizado com a perspectiva de separação.
Independentemente da duração da separação, só ao fim de um determinado período de tempo é que o ex-parceiro poderá, eventualmente, ser encarado de forma neutra, ou seja, poderá ocorrer uma dissipação dos sentimentos de raiva, descontentamento, por exemplo. No entanto, este processo poderá ser mais ou menos prolongado e doloroso, sendo que, o recurso a técnicos especializados não é tão pouco frequente quanto se julga, pois é normal que, em dadas circunstâncias, uma pessoa conclua que, por si própria, não está a conseguir "sair" da situação, não porque seja melhor ou pior que outrém, apenas o factor emocional inerente poderá dificultar este processo.

O estado das crianças na sequência do divórcio é algo que preocupa pais, educadores e profissionais que trabalham no sentido de minorar os efeitos dessa situação, sendo que a repercussão da separação ou divórcio parental nos filhos dependerá em larga escala do desenvolvimento e idade dos mesmos. Muitas crianças sofrem a nível psíquico devido às circunstâncias vivenciadas no período pré-separação (discussões, violência verbal e/ou física, humilhações, chantagem, entre outros), circunstâncias essas que poderão, em maior ou menor escala, marcá-las, impedindo-as de vivenciar a tranquilidade subsequente ao processo de separação. Assim, muitas crianças apresentam uma grande dificuldade em expressarem os seus sentimentos acerca do que está a acontecer, mantendo-se aparentemente estáveis, o que levará os adultos a subestimarem a situação. No entanto, tal não significa que não existam crianças que superam relativamente bem o processo de divórcio dos pais, sem apresentarem sintomas de maior. Paralelamente, os sintomas mais frequentes no seio desta temática são:
- Em crianças mais novas (entre os 3/5 anos) - fazer "xixi" na cama, querer dormir com a mãe/pai, alterações do sono, por exemplo
- Em crianças entre os 5-8 anos sensivelmente - marcada tristeza, repercussões em termos do rendimento académico, agressividade, entre outros.
- Em crianças um pouco mais velhinhas, entre os 8-12 anos - movimento de culpabilização e raiva para com ambos ou apenas um dos progenitores por ter causado a separação, ansiedade, isolamento social, desinteresse, por exemplo
- Em adolescentes - poderá ser comum o surgimento de comportamentos rebeldes e desorganizados, depressão, por exemplo

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dificuldades de Aprendizagem


O termo "dificuldades de aprendizagem" (D.A), segundo o National Joint Committee on Learning Disabilities, pode ser definido como um grupo heterogéneo de desordens de diversas índoles, manifestadas por problemas significativos em termos da aquisição e uso das capacidades de fala, escuta, leitura, raciocínio e matemática. A origem desta problemática pode residir em factores emocionais e/ou neurológicos, que comprometem significativamente o processo de aprendizagem da criança.
Estas dificuldades de aprendizagem subdividem-se em diversas áreas específicas, nomeadamente: visuo-espacial (dificuldades na percepção da cor, na leitura de "b/d" e "p/q", realizando reversões, por exemplo), auditivo-linguística (dificuldades na compreensão de instruções, sem comprometimento a nível físico, nomeadamente surdez, que pode ir de um grau ligeiro a um grau severo), organizacional (dificuldades em cumprir tarefas com sequência, ou seja, a criança/jovem tem dificuldade em realizar uma tarefa com princípio, meio e fim), motora (problemas na coordenação global ou fina, por exemplo, a nível da escrita), académica (é a mais comum; a criança/jovem pode apresentar dificuldades na área da matemática e/ou da leitura/escrita) e socioemocional (dificuldade no cumprimentos de normas sociais, por exemplo).
No entanto, para que uma criança ou jovem seja referenciada com tendo dificuldades de aprendizagem, é necessária uma observação atenta, por parte dos educadores e professores, durante um período razoável de tempo, em diferentes contextos e situações, e em diferentes idades, permitindo, deste modo, averiguar quais são as reais dificuldades da criança e que tipo de intervenção poderá ser feita para ajudá-la a ultrapassar essa situação.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Violência Escolar


A violência escolar ("bullying") é uma fenómeno cada vez mais frequente e visível, trazendo uma multiplicidade de consequências nas vítimas, nomeadamente em termos da sua auto-estima e até da sua saúde física e psicológica.
Assim, a violência escolar pode ser traduzida em comportamentos anti-sociais, delinquência, vandalismo e comportamentos de oposição, sendo definida como actos de violência física e psicológica, intencionais, repetidos e sistemáticos, ou seja, diferem dos episódios pontuais de conflito entre pares de igual estatuto ou poder, sendo praticados por um ou mais indivíduos que escolhem vítimas mais fracas ou mais novas, cuja capacidade de defesa seja diminuta em relação aos agressores.
O "bullying" envolve uma multiplicidade de comportamentos, tais como:
- actos de agressividade física
- agressões verbais
- comportamentos de manipulação social ou indirectos
- maus-tratos psicológicos
- ataques à propriedade
A agressão indirecta é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social, sendo mais comum em raparigas e em crianças pequenas, envolvendo, por exemplo, críticas ao modo de vestir da vítima, espalhar boatos e recusa em se socializar com a mesma.

Mas será que todas as vítimas são passivas, ou seja, deixam-se submeter por estes agressores?

Existem dois tipos de vítimas: as que são efectivamente passivas, ou seja, inseguras, ansiosas e incapazes de se defenderem e as agressivas, de temperamento exaltado e que retaliam o ataque, ou seja, são agredidas e agridem também.

Quais são os principais efeitos do "bullying", sinais de alarme e como é que as vítimas podem ser ajudadas?

O bullying persistente pode ter uma multiplicidade de efeitos sobre a vítima, constituindo indubitáveis sinais de alarme, e que transmitem que algo se passa com a criança/jovem e que a mesma necessita de ajuda profissional.

- Efeitos sobre o indivíduo poderão incluir:
> Problemas gástricos
> Dores não-especificadas
> Medo de expressar emoções
> Problemas relacionais
> Abuso de drogas e álcool
> Auto-mutilação
> Baixa auto-estima
> Isolamento social
> Depressão
> Recusa escolar
> Diminuição do rendimento académico

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Depressão Infantil

"Nasci de um azar entre o meu pai e a minha mãe" (Tiago, 14 anos)

"Não presto para nada... em minha casa só sirvo para arranjar problemas a toda a gente" (Francisca, 9 anos)
(cit. in. Strecht, 2003)


A depressão na criança difere em larga escala da depressão no adulto, sendo muitas vezes difícil o seu reconhecimento. Por um lado, não se deve banalizar a palavra "depressão", dado que uma criança triste não significa necessariamente uma criança deprimida. A tristeza pode acontecer pontualmente na vida de uma criança, tal como acontece na nossa vida. Todos nós já tivemos momentos em que nos sentimos mais tristes, mais reservados e até chorosos, porque algo não nos correu bem ou por outro motivo. Ora, as crianças também podem estar tristes pelos seus próprios motivos, seja porque um coleguinha da escola não a deixou brincar um dia com o grupo ou não lhe emprestou aquele brinquedo que tanto a agradava ou até porque não se portou tão bem e o pai ou a mãe a repreendeu. Mas isto serão acontecimentos pontuais...
No entanto, devemos ficar sempre atentos ao comportamento da criança. Se, por exemplo, esta tristeza se prolonga no tempo e começa a afectar significativamente seu o bem-estar, o seu aproveitamento escolar, o convívio com outras crianças, então constituirá, sem dúvida, um sinal de alarme, que poderá ou não indiciar a presença de uma depressão, mas sem dúvida que transmite que algo não está bem com a criança, existe algo que a angustia e entristece e é esse algo que necessita de ser resolvido o mais precocemente possível, daí a necessidade de recorrer a um técnico especializado.

Mas como se poderão então reconhecer os sinais de alarme?

A criança depressiva é, muitas vezes, descrita como alternando entre movimentos de retirada, inércia, ausência, submissão e indiferença ou, pelo contrário, extrema agitação, instabilidade, cólera e comportamentos de oposição marcados. Por vezes, assiste-se à ocultação de sentimentos de desvalorização e culpabilidade.
Caso se trate de uma criança mais nova, é comum encontrarmos sintomas psicossomáticos, ou seja, sintomas corporais que surgem sem que haja uma verdadeira causa/ doença física (por exemplo, eczemas, vómitos, tonturas, dores sem explicação). No entanto, é possível que a depressividade na criança se associe, igualmente, a uma doença física: por exemplo, uma criança com uma doença crónica e cujas hospitalizações sejam frequentes, poderá estar simultaneamente deprimida e doente. Por vezes, assistem-se também a comportamentos regressivos, ou seja, a criança volta a adoptar comportamentos de quando era mais pequenina, como por exemplo, voltar a fazer chichi na cama (enurese), usar chucha, biberão e ter brincadeiras de crianças mais novas.
Nas crianças mais velhas, é frequente assistirmos a dificuldades de concentração, sentimentos de inferioridade, diminuição do rendimento escolar, falta de confiança em si mesmas, perda de interesse nas suas actividades favoritas, isolamento social (a criança praticamente não brinca e isola-se do seu grupinho), instabilidade, agressividade e atitudes provocatórias.
Os problemas de sono (insónias, pesadelos) e de alimentação (perda de apetite ou apetite exagerado) também poderão estar presentes.

Então e o que provoca a depressão na criança?

Muitas vezes, a depressão infantil é causada por uma perda, seja ela real (por exemplo, a morte do pai e/ou da mãe ou de alguém igualmente próximo) ou simbólica (por exemplo, a "ausência" emocional dos pais para com a criança, ou seja, estão fisicamente presentes, mas não demonstram disponibilidade para ela.
Por vezes, algumas alterações no ritmo de vida da criança e que, inevitavelmente, apelam às suas capacidades de adaptação (por exemplo, entrada para a escola, separação parental, nascimento de um irmão), poderão ser ultrapassadas com maior ou menor dificuldade, podendo dar lugar a reacções depressivas em algumas crianças.

sábado, 6 de outubro de 2007

Afinal, o que é um Psicólogo?


Esta é uma questão que surge frequentemente...
Muitas vezes, deparo-me com ideias erróneas de que os psicólogos são videntes, que lêem os pensamentos e mesmo sem as pessoas falarem, conseguem penetrar nas suas mentes e descodificá-las... Os psicólogos também não são "médicos de malucos", como por vezes se diz na gíria... quantas vezes todos nós já ouvimos a célebre frase:"EU?! Ir a um psicólogo?! Nem pensar.. eu não estou maluco/a".
Ora então... o que são afinal os psicólogos?!
Sem querer ser demasiado exaustiva, considero que talvez, a título de curiosidade, possa ser interessante definir o que é a Psicologia. Ora, das diversas definições desta área do saber, é comum considerar-se que a Psicologia consiste no estudo do comportamento e dos processos mentais inerentes ao mesmo, ou seja, alia o estudo do comportamento humano aos processos psicológicos associados ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo.
Assim, um psicólogo é alguém que estuda a ciência do comportamento humano, procurando aplicá-la em diferentes contextos, nomeadamente, em termos da Prevenção (prevenir o desenvolvimento de problemas, actuando, por exemplo, em termos de comportamentos de risco), Promoção (promover a aquisição de competências específicas junto dos indivíduos, de forma a que estes consigam lidar melhor com as dificuldades e atinjam estabilidade e bem-estar, por exemplo, em termos da orientação vocacional dos jovens e adultos permitindo assim oferecer-lhes um leque de possibilidades para que se sintam mais orientados a nível profissional) e Remediação (ocorre quando o problema já se instalou, sendo que, neste caso, o psicólogo, principalmente o Psicólogo Clínico, procura que o indivíduo identifique o(s) seu(s) problema(s), ajudando-o a encontrar a melhor forma de lidar com o mesmo, por exemplo, problemas relacionais, luto e perda, problemas de aprendizagem, entre outros)

Boas-vindas!




Olá!
Antes demais gostaria de lhe dar as boas-vindas ao meu espaço inteiramente ligado à Psicologia.
O meu nome é Ana Sousa e sou Psicóloga Clínica e do Aconselhamento, sendo a minha área de preferência a Psicologia da Infância e Adolescência, nomeadamente em termos de avaliação psicológica e ludoterapia.
Ao longo do tempo, irei colocando neste espaço, tópicos que considero relevantes para discussão e troca de ideias, questão sempre tão fundamental e importante para o nosso enriquecimento enquanto profissionais, mas essencialmente enquanto pessoas.
Convido-os então a visitar o Blogue!